29 de fevereiro de 2012

25 de fevereiro de 2012

19 de fevereiro de 2012

O primeiro carro de Damon Hill

Foto interessantíssima, datada de 1961.

Damon Hill, com apenas alguns meses de idade, aparece sentado em um carro de brinquedo, enquanto é observado por Bruce McLaren, Stirling Moss, Tony Brooks, Graham Hill, Jo Bonnier e Wolfgang von Trips.

Uma imagem vale mais do que mil palavras, certo? Pois esta reflete bem como era a Formula 1 naquele tempo: mais cordial e muito mais humana. O clima de amizade e camaradagem entre os pilotos é evidente. Uma época que, infelizmente, não volta mais.

17 de fevereiro de 2012

6 Rodas

Tyrrell P34

O britânico Derek Gardner foi a mente responsável pelos carros da Tyrrell entre 1970 e 1978, dando a Jackie Stewart dois títulos mundiais. Ele também foi o pai de um dos mais fantásticos carros da história da Formula 1: o Tyrrell P34.

O carro utilizava quatro pneus de 10 polegadas na frente e duas rodas de tamanho normal (24 polegadas) na parte de trás. A idéia dos pneus dianteiros menores era reduzir o lift e melhorar o downforce na parte frontal do carro, aumentando a área de contato dos pneus dianteiros e originando uma maior área de cobertura para os discos de freio.

O carro competiu pela primeira vez no GP da Espanha de 1976, pilotado por Patrick Depailler. O francês abandonou a prova. A partir daí, os resultados melhoraram: Scheckter (o outro piloto do time) foi quarto na Bélgica, segundo em Mônaco e venceu na Suécia, fazendo a dobradinha com Depailler.

Os números foram animadores: em 13 corridas, o P34 obteve uma vitória, uma pole (na Bélgica, com Scheckter), 10 pódios, 58 pontos e o 3º lugar no mundial de construtores.

Em 1977, o carro foi redesenhado e deu origem ao P34B, que era maior e mais pesado em relação a seu antecessor (620 kg x 595 kg) . Além disso, ganhou uma sexta marcha.

Entre os pilotos, Depailler continuou, mas Scheckter foi substituido por Ronnie Peterson. Os resultados foram inferiores aos obtidos em 1976: em 17 corridas, foram 4 pódios, 27 pontos e o 5º lugar entre os construtores.

O problema é que a Goodyear, fornecedora de pneus da Tyrrell, não estava disposta a investir no desevolvimento dos pequenos pneus dianteiros. Por esse motivo, o P34 foi abandonado e a equipe desistiu da ideia do carro de 6 rodas.

Hoje, o P34 é cultuado pelos fãs de autombilismo. As suas miniaturas são extremamente populares e o próprio vive dando o ar da graça (calçado com pneus Avon) em festivais e corridas de exibição, para a alegria de seus admiradores.










March 2-4-0

O
2-4-0 foi um March de seis rodas construído no final de 1976 e testado pela primeira vez no início de 1977.

O seu conceito era diferente do P34.
O projetista Robin Herd observeu o 6-Rodas da Tyrrell e concluiu que a presença de quatro pneus na frente poderia ser um problema, já que os pneus traseiros respondiam por 35% a 40% do arrasto total do carro.

Herd
projetou um bólido com quatro rodas motrizes na traseira e todos os pneus com 16 polegadas. Ele acreditava que, dessa maneira, o carro seria mais fino que os outros Formula 1 da época, além de ter um melhor desempenho aerodinâmico na traseira e melhor tração. Ao contrário da Tyrrell, também não haveria nenhum problema relacionado ao desenvolvimento de pneus.
Porém, um carro com quatro rodas móveis na traseira teria dificuldades com a transmissão. O March teria que ser mais pesado, para neutralizar as tensões de torção e flexão. Também seria necessário desenvolver uma caixa-de-câmbio especial. O problema é que a equipe passava por adversidades financeiras e os custos para efetuar tais mudanças seriam altos.

O 2-4-0 foi às pistas, pela primeira vez, ainda em 1976, em Silverstone. O carro teve problemas na caixa-de-câmbio e nas engrenagens e o teste não serviu para muita coisa.

Em fevereiro de 1977, o bólido voltou a Silverstone, pilotado por Ian Scheckter. Cravou bons tempos e foi elogiado pelo piloto. Mas esta foi a última aparição do 2-4-0, já que os problemas financeiros fizeram a March abandoná-lo.



Ferrari 312T6

Em 1977, a Ferrari testou um carro com duplas rodas em um único eixo traseiro. Era uma adaptação do Ferrari 312T2, chamado de 312T6.

A idéia não era exatamente nova, já que o Auto Union Bergrennwagen utilizou o mesmo conceito na década de 1930.

A vontade do projetista Mauro Forghieri era reduzir o arrasto total e diminuir o problema da deformação sofrida pelos pneus traseiros, enormes, sob as curvas, já que o carro usaria pneus menores na parte de trás.

Niki Lauda e Carlos Reutemann testaram o 312T6 em Fiorano, mas o carro não correspondeu as expectativas relacionadas a sua velocidade e foi considerado díficil de guiar (o argentino sofreu o pior acidente de sua vida durante o teste). Além disso, era muito mais largo que as dimensões permitidas. Por esse motivo, acabou abandonado.







Williams FW07 e FW08

No começo dos anos 80, a FIA estudava a proibição dos carros-asa. Então, Patrick Head começou a pensar em uma maneira de melhorar a aerodinâmica dos Williams e chegou a conclusão de que o pneus traseiros respondiam por quase 40% do arrasto total do bólido.

A Williams venceu o mundial de construtores em 1981 com o FW07 e, no final do ano, Alan Jones testou uma versão modificada daquele carro, com 6 rodas. O protótipo foi bastante elogiado, o que motivou Head a continuar desenvolvendo a ideia.

Surgiu o FW08, com uma distância entre-eixos menor que seu antecessor e sem aerofólio dianteiro (os quatro pneus facilitavam o fluxo de ar nas laterais, melhorando o efeito-solo).

O problema é que a FIA diminiu o peso mínimo dos carros para 580 kg, o que, evidentemente, dificultaria as coisas para um Formula 1 com 6 rodas e 3 eixos.

Keke Rosberg e Carlos Reutemann inciaram a temporada de 1982 competindo com um FW07 (com 4 rodas, é bom que se diga), enquanto a Williams tratava a questão da diminuição do peso do FW08. Como estavam demorando muito para conseguir solucionar o problema, optaram por retirar um dos eixos traseiros e realizar algumas modificações. Surgia o FW08C que, surpreendentemente levou Rosberg ao título mundial daquele ano.

Porém, a equipe não havia desistido da versão com 6 rodas e o carro estava sendo aprimorado ao longo do ano. E ele acabou se tornando um foguete. Nos testes em Silverstone e Donington, Rosberg cravou tempos que não foram superados por mais de 10 anos!

O problema é que a FIA, assustada com o acidente fatal de Gilles Villeneuve em Zolder, decidiu proibir os carro asa e os carros com mais de quatro rodas. Assim, acaba a aventura do Williams de 6 rodas e uma parte interessante da história da Formula 1 teve seu fim.



11 de fevereiro de 2012

Ensign N179

Ao acompanhar os testes em Jerez, o que mais me chamou a atenção foi aquele "degrau" presente na Ferrari.



Por causa disso, acabei me lembrando do Formula 1 mais feio de todos os tempos: o Ensign N179.

A equipe Ensign só é lembrada por dois motivos: ter sido a primeira equipe de Nelson Piquet e ter construido essa monstruosidade abaixo:



O N179 não possuía apenas um degrau na frente do carro, mas uma verdadeira escadaria.

A equipe pensou em um jeito para deixar as laterais do carro livres (para ajudar no efeito-solo) e, ao mesmo tempo, distribuir melhor o peso. A solução foi colocar os radiadores de água e óleo naquela escada.



Na Formula 1, ao contrário da vida, beleza não é fundamental. O bólido pode ser mais feio que carro alegórico de desfile de escola-de-samba da quinta divisão. O importante é que seja rápido.

O problema é que, além de horroroso, o N179 era ruim. O carro participou apenas de uma corrida, o GP da África do Sul de 1979. Melhor dizendo: não participou, pois Derek Daly não conseguiu classificá-lo.

Na corrida seguinte, em Long Beach, a escadaria foi retirada e o carro apareceu com uma cara mais convencional.

9 de fevereiro de 2012