27 de março de 2010

Fórmula-3000 1992

Luca Badoer

A temporada de 1992 da Fórmula-3000 Internacional foi uma das mais interessantes da história da categoria. Corridas em autódromos como Silverstone, Spa, Nürburgring e Hockenheim. Além disso, várias caras famosas disputaram o campeonato: Luca Badoer, Rubens Barrichello, David Coulthard, Olivier Panis, Allan McNish e Paul Stewart.

Quem viu Badoer e Barrichello correndo em 2009 jamais imaginaria um cenário tão diferente em 1992. Naquela remporada, o italiano terminou como campeão, com 4 vitórias. Barrichello foi o terceiro, terminando sem ganhar corridas.
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Rubens Barrichello

Rubens Barrichello vinha de um título da Fórmula-3 Britânica e tentaria repetir o feito de seu rival Christian Fittipaldi, campeão da F-3000 no ano anterior. Rubinho seria o único brasileiro na categoria durante aquele ano.

A abertura da temporada aconteceu em Silverstone. Jordi Gené venceu a corrida, seguido por Barrichello e Panis.

A 2ª etapa foi disputada em Pau, na França. Emanuele Naspetti venceu, com o alemão Michael Bartels chegando em 2º. Barrichello foi 3º.

Em Montmeló, foi a vez de Andrea Montermini subir no degrau mais alto do pódio. Rubinho e Gene completaram o pódio.

Na 5ª etapa, em Pergusa, Luca Badoer começou a dar o ar da graça. Depois de começar mal o campeonato, marcando apenas 4 pontos, o italiano desencantou e fez logo um hat-trick. A única corrida disputada na velha bota teve três italianos no pódio. Além de Badoer, Naspetti e Montermini também puderam comemorar.

Hockenheim viu outra prova dominada por Badoer. O italiano fez um novo hat-trick e começou a pintar como favorito ao título. Bartels e McNish vieram logo em seguida. Montermini, o principal rival de Luca, sequer pontuou. Barrichello chegou em 6º, mas as coisas pareciam estar melhorando. O motor Judd de seu carro seria trocado por um Ford-Cosworth, o mesmo de Badoer. O problema é que o novo motor era maior que o antigo e isso acarretaria mudanças no chassi.

Em Nürburgring, aconteceu outra corrida ideal para Badoer. Ele conquisou a sua terceira vitória seguida e viu Montermini fora da zona de pontos. Bartels terminou em 2º e Barrichello foi 3º, conseguindo também a melhor volta da prova. Parecia que o motor Ford-Cosworth resolveria os problemas do brasileiro. Mas não foi bem isso que aconteceu...

Em Spa-Francorchamps, Montermini estreava por uma equipe nova: a Forti Corse. E estreou da melhor maneira possível, com pole vitória e melhor volta. Gené e Bartels o acompanharam no pódio. Badoer sofreu um acidente na curva Radillon e não completou a prova. O destaque ficou por conta da ultrapassagem dupla que Barrichello aplicou em David Coulthard e Laurent Aïello. Essa ultrapassagem parece ter carimbado a ida de Rubinho para a Fórmula-1 no ano seguinte.

Badoer já estava recuperado para a corrida de Albacete. Ele fez a pole e terminou em 2º, atrás de Montermini.

Nesse momento do campeonato, Badoer liderava com 37 pontos, seguido por Montermini, com 31. A penúltima etapa seria disputada em Nogaro, na França. Badoer não desperdiçou a chance de garantir o caneco por antecipação. Largando na pole, Luca fez uma corrida tranquila e terminou bem a frente do francês Jean-Marc Gounon. Coulthard conseguiu seu primeiro pódio na categoria, ao chegar em 3º. Montermini foi apenas o 4º.

A última etapa foi disputada em Magny-Cours. Gounon conseguiu uma improvável vitória, pois contava com um ultrapassado chassi Lola. Panis e Coulthard também subiram ao pódio. Barrichello conquistou 2 pontos e terminou o campeonato na 3ª colocação.

Badoer, o campeão
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Classificação:
1 - Luca Badoer - Crypton - 46
2 - Andrea Montermini - Il Barone Rampante / Forti - 34
3 - Rubens Barrichello - Il Barone Rampante - 27
4 - Michael Bartels - Crypton - 25
5 - Jordi Gené - Pacific - 21
6 - Jean-Marc Gounon - DAMS - 19
6 - Emanuele Naspetti - Forti - 19
8 - Emmanuel Collard - Apomatox - 13
9 - David Coulthard - Paul Stewart Racing - 11
10 - Olivier Panis - Apomatox - 10
11 - Allan McNish - 3001 International - 8
12 - Alessandro Zampedri - Forti - 4
13 - Laurent Aiello - Pacific - 3
13 - Vittorio Zoboli - Advance Racing - 3
13 - Paul Stewart - Paul Stewart Racing - 3
16 - Giuseppe Bugatti - Vortex - 2
17 - Giampiero Simoni - Il Barone Rampante - 1
17 - Jérôme Policand - GJ Motorsport / DAMS - 1


Curiosidades:

* Com exceção da primeira e da última corrida, todas as outras provas foram vencidas por pilotos italianos: Badoer, Montermini e Naspetti.

* Uma corrida extracampeonato foi disputada na Argentina, contando com pilotos da Fórmula-3 Sul-Americana. A prova foi vencida por Montermini.

* Muitos acreditavam que esse seria o último campeonato da Fórmula-3000 Internacional. Tudo levava a crer que, em 1993, a categoria voltaria a se chamar Fórmula-2. Isso não aconteceu e a F-3000 continuou até 2004.

* Enquanto Barrichello, Coulthard e Panis tiveram bons momentos na Fórmula-1 e até ganahram corridas, o campeão Luca Badoer não teve a mesma sorte. Passou por várias equipes, como Lola, Minardi, Forti e Fondmental, mas não conseguiu sequer pontuar. Em 2000, virou piloto de testes da Ferrari, sempre sonhando com uma oportunidade de correr como titular. Porém, apesar da vontade de imprensa e torcedores, que sempre desejavam ter um piloto italiano na scuderia, a oportunidade não chegava. Apenas quando Felipe Massa sofreu o acidente do GP da Hungria de 2009, os "amigos-da-onça" Luca di Montezemolo e Stefano Domenicali resolveram dar uma chance para Luca... 10 anos depois de sua última corrida! Nem é preciso lembrar o que aconteceu...

Nelson Piquet testando um carro da Piquet Racing em 1992, antes de seu acidente na Indy 500

8 comentários:

  1. Naquela época, Rubinho naun conseguia nem o vice

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  2. Opa! Por favor, continua escrevendo sobre a Fórmula 3000. É muito difícil encontrar material em português sobre a minha categoria preferida.

    Mais algumas informações:

    - Naquele ano, os paulistanos puderam assistir à F3000. A TV Jovem Pan (UHF, só transmitida em Sampa) mostrou compactos de todas as corridas daquele ano. A transmissão ocorria cerca de uma semana depois da realização da corrida. O patrocínio era da Arisco e o interesse se dava, obviamente, por Barrichello.

    - Foi um ano meio difícil para a categoria. Era momento de crise internacional e poucas equipes conseguiam completar o orçamento para competir durante a temporada inteira com dois pilotos. A diferença entre as grandonas, como Forti, DAMS, Il Barone Rampante e Crypton, e as pequenas era absurda.

    - Rubens correu na Il Barone Rampante, equipe de Giuseppe Cipriani, filho do dono de um bar famoso em Milão. O dinheiro era farto e sua equipe tinha três carros.

    - Albacete e Nogaro eram uma bosta, um péssimo final de campeonato que era compensado (mais ou menos) com Magnycours. Enna-Pergusa é clássico.

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  3. Verde

    Valeu pelas informações.

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  4. Legal o texto.

    Sempre quis saber como o Rubinho era nas categorias de base.

    E ele gostava de ser SEGUNDO desde akela época!!!

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  5. Kleber11.4.10

    huahuawau

    pior que eh verdade!!!!

    Rubinho pé-de-chinelo soh chega em segundo

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  6. Felipe8.5.10

    Vc tem essa foto do Piquet em resolução maior?

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  7. Não tenho.

    Aliás, tb estou procurando. hehe

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  8. Também foi um bom ano para a categoria.

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